Ivoneth Merlin
“Onde os fracos não tem vez” história adaptada da obra de Cormac McCarthy é uma história violenta. O filme abre com a prisão de Anton Chigurh ( Javier Barden, ganhador de melhor ator coadjuvante ). Entre seus pertences, um cilindro de ar comprimido, que não demora para que se entenda como funciona, e para quê.
Paralelamente, se acompanha Llewelyn Moss ( Josh Brolin) no descampado texano, caçando cervos. O fato de Llewelyn errar o tiro e não conseguir abater o animal ao mesmo tempo em que Chigurh vara o cérebro de sua vítima sem deixar provas é o primeiro dado que o filme dá ao espectador para evidenciar o abismo que separa os dois personagens. O assassino perfeito versus o errante sujeito sem dons, e o suspense começa quando o primeiro passa a perseguir o segundo. E na cola deles esta o xerife local interpretado por Tommy Lee Jones. O enredo cheio de tensão e cenas sangrentas revela como a natureza humana pode ser cruel. Ora digna de dar pena. Ganhador do maior prêmio da noite na entrega do Oscar, o de melhor filme, “Onde os fracos...” está seguindo a mesma trilha dos outro filme ganhador dos últimos três anos: todos eles são histórias cruas e não poupam a sensibilidade da platéia mostrando cenas às vezes chocantes sem dó, nem piedade. Crash – Sem limites, ganhador de melhor filme em 2006, mostrava de forma nada sutil o racismo e o preconceito que ainda faz parte do cotidiano norte-americano, enquanto o ganhador do ano passado, “Os infiltrados” mostrava um jogo de gato e rato entre um policial que finge ser bandido e um bandido que finge ser policial. Parece que a academia vem deixando de lado os filmes de época, com pegadas românticas e cenas meticulosas – dois desses exemplos de filmes nesse estilo foram os esquecidos “Desejo e Reparação”, para muitos críticos um dos favoritos a ter ganhado o premio de melhor filme, e “Elizabeth – A era de ouro” – dando lugar a obras mais pesadas, onde só os mais fortes de estomago vão conseguir agüentar assistir.
terça-feira, 18 de março de 2008
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